Perspectivas Dos Parceiros Médicos Durante A Pandemia De COVID-19
Os programas, parceiros médicos e pacientes da Smile Train foram profundamente afetados pelo COVID-19. Onde é seguro fazê-lo, os parceiros locais da Smile Train continuam realizando cirurgia de fissura e tratamentos complementares. Onde as cirurgias são adiadas, os parceiros estão encontrando maneiras criativas de continuar apoiando crianças com fissuras e suas famílias - e muitos parceiros estão lutando na linha de frente.
Em homenagem à Semana Mundial da Saúde, comemoramos e agradecemos aos heroicos profissionais da saúde que estão enfrentando um mundo mudado pelo COVID-19, e continuando a atender os pacientes mais vulneráveis em suas comunidades.
Abaixo estão apenas algumas perspectivas desses bravos parceiros médicos da Smile Train, usando suas próprias palavras:
“Nosso hospital é o centro de referência para pacientes com fissura labiopalatina na cidade de São Paulo. No Brasil, a área mais comprometida pelo COVID-19 é São Paulo. No entanto, em nosso hospital, que é uma instituição exclusivamente pediátrica, há apenas 1 criança infectada com COVID-19. Devido a questões de segurança, nosso governo postergou todas as cirurgias e consultas não emergenciais desde 23 de março. Nossa unidade de terapia intensiva está preparada para receber pacientes pediátricos com COVID-19, mas o que percebemos durante a semana passada é que a maioria das crianças hospitalizadas estão infectadas com outros vírus, enquanto alguns de nossos profissionais de saúde (especialmente os do departamento de emergência) foram diagnosticados com COVID-19”, conta a cirurgiã.
As primeiras consultas são muito importantes para bebês com fissura labiopalatina (devido a problemas de alimentação, preparativos pré-operatórios ortopédicos, informações sobre condutas cirúrgicas e apoio psicológico para os pais) e, portanto, decidimos manter essas consultas enquanto for seguro para fazer isso. Uma vez por semana, a equipe multidisciplinar avalia todos os casos primários, bem como as mulheres grávidas cujos bebês nascerão com fissura labiopalatina. No atendimento ambulatorial temos máscaras para pacientes com sintomas respiratórios, álcool gel e equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde.
“Os procedimentos cirúrgicos foram postergados e, apesar da ansiedade das famílias, o mais importante para os pacientes e pais é que as cirurgias possam ser realizadas em condições seguras. A pandemia continua fora de controle, o que significa que precisamos ter cuidado e esperar”, diz ela. Continuamos acompanhando algumas crianças durante esse período pré-cirúrgico. Se a situação piorar, podemos tentar a telemedicina, mas, por enquanto, o melhor é ficar em casa.
O COVID-19 teve um enorme impacto em nosso hospital. Todas as nossas cirurgias de fissura serão adiadas, pois a maior parte da equipe médica está totalmente dedicada a lidar com a crise causada pelo COVID-19.
Estou trabalhando de todas as formas possíveis como médico e, por enquanto, estou relegando minha função de cirurgião plástico. Estou no pronto-socorro e acompanhando histórias de pacientes sob investigação para COVID-19 e, para pacientes que testaram positivo, acompanho via telemedicina.
“Para os pacientes da Smile Train que aguardam cirurgia: permaneça positivo e seja paciente. Fique em casa para diminuir o risco de contaminação. Enquanto estiver em casa, faça cartas de apoio e incentivo para os que estão na linha de frente e compartilhe nas redes sociais para elevar o espírito desses profissionais de saúde”, diz ele. “Em breve, quando isso acabar, TODOS nós estaremos sorrindo novamente.”
Kanhaiya Kumar é colaborador do Hospital Sant Parmanand, parceiro da Smile Train em Nova Délhi. Em um dia normal, ele viaja por toda a cidade desde o início da manhã até o pôr do sol, contatando e aconselhando os pacientes e suas famílias. Ele também cuida do agendamento das cirurgias e das consultas ambulatoriais, bem como suas viagens para atendimentos fora do hospital. Seu telefone toca desde manhã até depois do jantar, com os pacientes e suas famílias telefonando para fazer perguntas e pedindo conselhos.
Desde que a Índia entrou em confinamento devido ao COVID-19, Kanhaiya está em casa. Embora isso tenha lhe proporcionado mais tempo para passar com o filho de sete meses, sua cabeça continua a pensar nos pacientes. Na maioria dos casos, ele tem aconselhado famílias de pacientes sobre cuidados com fissuras e etapas do tratamento, técnicas de alimentação, atendimento odontológico básico e apoio psicossocial. Alguns de seus pacientes foram submetidos à cirurgia recentemente e muitos tiveram sessões de fonoterapia agendadas para esses dias. Ele está ligando para estas famílias, assegurando-lhes que seu tratamento será retomado em breve.
“Minha família e eu colocamos máscaras sempre que estamos ao redor de nosso filho pequeno como medida preventiva, mas os telefonemas me dão um motivo para tirá-la", disse Kanhaiya. “Todos devemos fazer a nossa parte ficando em casa, mas meu trabalho não parou. Preciso me conectar com meus pacientes e suas famílias todos os dias. Mal posso esperar para voltar ao campo e servir nossos pacientes assim que for seguro.”
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